sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A presença árabe na Península Ibérica

Após a derrota os omíadas em 750, um membro da dinastia , Abdul Rahman, escapou do massacre promovido pelos abassidas refugiou-se na Península Ibérica. Ele logo trocou a condição de fugitivo pela de conquistador :em 755, Abdul Rahman estabeleceu na Península o Emirado de Córdoba. Nessa cidade e, a partir do século XIII, em Granada, os islâmicos construíram uma brilhante civilização, onde circulavam sábios e comerciantes, das mais variadas origens, criando uma ambiente urbano movimentado, bem diferente do que predominava no restante da Europa Ocidental. Foi uma experiência única na história da humanidade e que tem muito à nossa época, marcada pela “globalização” e por conflitos étnicos e religiosos.

No governo da Abdul Rahman III (912-961), O PRIMEIRO EMIR DE Córdoba a se proclamar califa, a cidade dispunha de bibliotecas e hospitais comparáveis aos de Bagdá e superiores a tudo o que existia no mundo cristão. Córdoba tinha mais de 100 mil lojas e casas e 3 mil mesquitas, coroadas pela Grande Mesquita.

As contribuições da civilização árabe da Península Ibérica não se limitaramà esfera arquitetônica. O respeito as características culturais, religiosas e étnicas das tradições monoteístas de muçulmanos, judeus e cristãos permitiu que esses grupos convivessem em relativa paz. Essa lição de tolerância, foi a maior contribuição da presença muçulmana em terras ibéricas.

Essa sociedade mais tolerante começou a ser contruida desde a conquista islâmica. Os judeus, que chegaram a peniinsula antes da era cristã, deixaram de sofrer perseguições e foram equiparados aos cristãos. Os camponeses também se beneficiaram , pois, ao se converterem ao islamismo, trocavam a condição de servos dos senhores feudais visigodos pela de homens livres. Além disso, os mouros – termo que designa os árabes e berberes da Península Ibérica e do norte da África – submetiam a sociedade a uma carga de impostos menos pesada. O resultado foi uma ampla conversão dos ibéricos à fé muçulmana. Seriam necessários mais de sete séculos de lutas, no processo conhecido como Reconquista, para os reis cristãos recuperarem as posições perdidas no século VIII.

A conquista de uma sociedade pluralista, aberta às contribuições de árabes, judeus e cristãos, resultou em experiências singulres nas artes, nas ciências, na arquitetura, na filosofia, na medicina, na teologia, na literatura e mesmo em campos nos quais as iniciativas partiam de pessoas anônimas, como os da vestimenta, do artesanato e dos costumes em geral. Muitos intelectuais muçulmanos têm sua trajetória associada aos domínios mouros na península. Entre eles, podemos citar Al Idrisi, que nasceu em Ceuta e estudou em Córdoba. Como médico Averróis, prestou serviços na corte do sutão Saladino. Na área da filosofia, destacou-se como comentarista de Aristóteles e é considerado um dos mais ilustres pensadores de todo o período medieval.

Córdoba também foi a cidade natal de Moisés Maimônides, médico, jurista e filósofo judeu, Maimônides tornou-se famoso por sua codificação da lei religiosa judaica e por sua obra Guia para os Perplexos, na qual afirma a necessidade de harmonizar a lei religiosa e a filosofica, sem impor a hegemonia de uma sobre a outra .

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